Discurso e prática

 "Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim a fé sem ação é morta." (Tiago 2.26)

"É preciso diminuir a distância entre o que se fala e o que se faz." (Paulo Freire)

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Quantos problemas poderíamos resolver de uma vez só se os discursos fossem mais fiéis à prática? Imagine por um momento como seria bom se cada vereador, prefeito, deputado, governador, presidente, diretor de escola, síndico, pastor, padre, etc, cumprisse as diversas promessas que nos fazem para estarem nos cargos que estão?

Imagine ainda que cada promessa que você mesmo já fez pra você ou para os outros também se tornasse realidade ao invés de um discurso vazio!

Seria um sonho considerar que pudéssemos acreditar nas promessas sem medo. No entanto, ocorre que, na realidade da vida, muitas promessas são feitas por outros e por nós, mas quase nenhuma é levada a sério. Quantas vezes assumimos compromissos que abandonamos antes de chegar até a metade? Ou mesmo, quantas vezes fomos vítimas de discursos vazios? Individualmente e socialmente!

Enfim, é algo frustrante e decepcionante passar por essa experiência de dizer uma coisa, e praticar outra. Contudo, o ensinamento bíblico e portanto alimento para nossas almas, é que devemos sempre nos alinhar à verdade, ou seja, devemos buscar sermos coerentes em nossas vidas, se dissermos que vamos fazer algo, devemos tentar fazer. Se prometermos uma coisa, é melhor que tentemos cumprir nossa promessa e não defraudemos o próximo, nem a nós mesmos. A coerência entre discurso e prática, é algo absolutamente difícil numa sociedade como a nossa, que prioriza mais a aparência que a essência, que busca mais as palavras bonitas do que a verdade, porém, uma vida que busque a honestidade e portanto integridade entre palavras e ações é uma vida louvável, que aponta para Jesus.

Nossas ações confirmam nosso caráter, quem somos. Não adianta ter um discurso lindo e uma prática deplorável, é inútil. A bíblia diz que assim como o corpo sem o espírito é morto, a fé, sem a prática também é morta. Ou seja, não adianta dizer que é cristão, que ama a Jesus, que defende os valores cristãos e a prática ser totalmente divergente deste discurso. Atualmente, muita gente se diz cristã, se diz defensora de valores cristãos, mas que são totalmente anti bíblicos! Um discurso distante da prática! Ou ainda, se diz cristão e pratica atos totalmente incoerentes com a bíblia, com a ética, com o respeito ao outro, etc. Uma fé assim é morta! Não tem utilidade alguma! Ao contrário, faz com que outros se distanciem do caminho bom e se percam, em decorrência do péssimo testemunho que é dado. A pessoa se torna uma pedra de tropeço.

Infelizmente, percebo que a sociedade brasileira nesta época tem utilizado do cristianismo para eleger políticos absolutamente corruptos, violentos, mentirosos; muitos destes tem se utilizado do termo cristão, para se promover, mas suas ações são muito destoantes do cristianismo, do evangelho. Podem até mesmo usar a bíblia vez ou outra, para confirmar algo que falam, tirando textos do contexto e defraudando os sentidos a fim de lhes favorecer, uma fé professada mas não vivida, uma afronta ao verdadeiro significado do evangelho.

Quer saber se uma pessoa é confiável? Faça a medição entre o discurso e a prática dela, e assim saberá se é um discurso vazio apenas, ou uma vida verdadeiramente comprometida com o que fala. Esta receita serve para políticos, pastores, amigos, e para nós mesmos, pois a palavra de Deus serve para discernir os pensamentos mais profundos e nos transformar em pessoas coerentes, aptas à prática da fé em Jesus, através da ação Dele em nós, podemos nos alinhar à verdade e não mais sermos conduzidos por mentiras e fraudes.

Que possamos fazer uma auto reflexão e diminuir a distância entre o que falamos e o que fazemos, pois a fé professada precisa ser coerente com a prática, senão, é uma mentira, é inútil, é morta! E que Deus nos dê sabedoria para percebermos aqueles que usam da fé para promoção, e nos enganam muitas vezes, por não termos discernimento.  Que possamos buscar a verdade em nossas próprias vidas e também de forma coletiva como nação.


Abraços literários,

Denise

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