Cuide bem das fontes de vida

Esta é a história de seu Osvaldo, um homem de meia idade, que viveu toda a sua vida na roça, trabalhando com a terra e respeitando suas estações e vontades. Seu Osvaldo vivia numa propriedade rural no interior do país, nunca teve desejo de sair de lá, se sentia feliz, completo e grato pela vida que tinha.
Certo dia, seu Osvaldo resolveu extrapolar os limites da sua propriedade e entrou dentro de uma mata, uma reserva verde que ficava dentro da sua terra legalmente, mas que ele havia deixado de fora da cerca, justamente para que nenhum dos seus animais fugisse e acabasse parando na mata. Nesse dia, seu Osvaldo quis entrar na mata, e se deliciar com o cheiro das folhas verdes e da terra úmida. E nessa caminhada em busca de satisfazer seus sentidos, ele percebeu que havia uma nascente dentro da mata. Ele muito encantado com o espetáculo, ficou por algum tempo observando e pensando em como poderia fazer para proteger aquela preciosidade. Decidiu então que colocaria uma cerca mais alta ao redor da mata, fazendo uma divisão bem perceptiva da sua propriedade e da mata, impedindo que qualquer funcionário ou animal entrasse ali, além disso, ele providenciou placas e colocou na extensão da mata, avisado para não entrar, e por muitos anos, a mata permaneceu em paz, e a nascente que seu Osvaldo conheceu, continuou soltando aqueles pequenos goles de água pela terra, que desciam, e no caminho iam ganhando força e volume, e desembocavam em um importante rio da região.
Acontece que um dia, seu Osvaldo não quis mais se levantar da cama, e foi preciso que seus filhos viessem da cidade grande para cuidar de seu velho pai. Contudo, seu Osvaldo não resistiu o reclame do tempo, e faleceu. Foi uma briga danada entre seus filhos para decidirem o que fazer com a propriedade rural, afinal, nenhum deles queria o encargo de cuidar dela. Foi nesse momento que tiveram a brilhante ideia de vendê-la, e assim começaram a anunciar em imobiliárias e outdoors. No entanto, o processo de venda geralmente demora, e nesse caso, demorou muito tempo. Enquanto esperavam que aparecesse algum comprador para a terra, os filhos de seu Osvaldo decididos a lucrar mais, retiraram as cercas que separavam a mata da propriedade, unindo tudo, a fim de aparentar maior, além disso, retiraram também as placas que alertavam para a necessidade de cuidado naquele local em especial. Com isso, os trabalhadores da fazenda passaram a descuidar do espaço, a colocar o lixo recolhido da fazenda na beira da mata, os animais passaram a ter livre acesso à mata, e com isso, entravam e saiam quando entendessem, pisoteando a nascente, com o passar do tempo, a terra antes úmida, foi ficando pisoteada, endurecida, a vegetação mais escassa, a água menos vigorosa. Os visitantes que antes vinham à fazenda buscar frutas e apreciar o ar fresco, agora vinham, mas sem um dono para cuidar e impor regras, acabavam sujando e enfeiando o lugar cada vez mais. Aos poucos, a divisa entre a reserva, e a propriedade de seu Osvaldo, foi ficando cada vez menos perceptível. Os filhos dele pouco se importavam, achavam que era uma besteira do pai tanto cuidado para algo que não dava lucro algum. O tempo passou, anos se acumularam sem que a propriedade fosse vendida. E algo começou a incomodar os funcionários da propriedade, a água estava cada vez menos disponível. Os lagos da fazenda estavam secando, a vegetação morrendo, e de um jeito muito peculiar, o ambiente todo exalava tristeza. Os filhos de seu Osvaldo foram notificados por um órgão público, obrigados a pagar uma onerosa multa, a propriedade foi vendida, mas, a água não voltou a brotar naquele lugar, tudo em derredor foi secando e morrendo, restando apenas uma secura triste que nos ensina uma lição: cuide das suas fontes de vida!
É certo que cada pessoa tem dentro de si uma fonte de vida que jorra água, a bíblia diz que é preciso cuidar do nosso coração, porque dele procede as fontes de vida, ainda enfoca, sobretudo o que se deve guardar, guarda o seu coração. O que isso pode nos ensinar? Que muitas coisas são importantes para que cuidemos, mas acima de todas elas, há a urgência de cuidarmos do nosso coração. Assim como a mata da história, que dentro dela havia uma nascente, que aguava e mantinha viva toda a natureza da fazenda, há dentro de cada coração humano uma fonte, que jorra vida. Contudo, existem fontes de vida que estão cuidadas, como a nascente na época do seu Osvaldo, e assim mantém vivo tudo ao seu redor, e existem aquelas nascentes que são deixadas de lado, são sujas, pisoteadas e contaminadas, reproduzindo morte ao seu redor. 
A nascente de água que existe no seu coração está guardada? Ou você tem permitido que joguem lixo nela? Ou talvez, a nascente que há em você possa estar sendo pisoteada pelas amarguras da vida, deixando de jorrar água viva. Ou ainda, você tem permitido que contaminem suas águas com sentimentos de medo, raiva, desesperança. Como você tem tratado o seu coração? Tem cuidado dele, colocando cercas, evitando que qualquer um tenha acesso a ele? Refletindo sobre o que pode te tocar? Ou você tem deixado a cerca aberta, deixando qualquer pessoa, notícia, sentimento te invadir e assim contaminar tudo em você?
Precisamos cuidar do nosso coração, é um encargo de cada um cuidar de si, do seu coração. Já percebeu que pessoas apavoradas tentam por tudo apavorar outras pessoas? Pessoas sábias cuidam do seu coração, cuidam de quem ou do que tem acesso à ele, porque sabem, que é do coração que procedem as fontes de vida, e as fontes que existem em nós, precisam gerar VIDA, e não morte.

Cuide das suas fontes de vida. Alimente-se de coisas boas, que vão te abençoar, evite coisas e pessoas tóxicas, e principalmente, cuide dos outros, cuide das outras fontes ao seu redor. Que Jesus nos ajude nesse cuidado, e que Ele gere em nós, rios de água viva que fluam gerando cura onde quer que passarem!

Abraços literários, 
Denise.

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