Brenda Oliveira Guimarães: Mestra em Ambiente e Sociedade pelo PPGAS da Universidade Estadual de Goiás- Campus Morrinhos (2018),
Pós-graduanda em Saneamento e Saúde Ambiental pela Universidade Federal de Goiás- UFG (2019-2020),
Bióloga licenciada pelo Instituto Federal Goiano-Campus Ceres (2014),
Pedagoga (2015).
Atuou como Apoio Pedagógico no Centro de Educação Profissional de Uruana.
Atualmente é Bióloga-Analista e Educadora Ambiental na Prefeitura Municipal de Piracanjuba-GO. Tem experiência na área de Análise Ambiental, Educação Ambiental, Saúde Ambiental e Pedagógica.
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1)
Do que se trata sua pesquisa:
Minha pesquisa (mas considero não só minha, como
também da minha orientadora, co-orientadora e também das comunidades) realizou
o levantamento etnobotânico na comunidade quilombola de Piracanjuba Ana Laura e
no Assentamento rural Boa Esperança de Piracanjuba-GO; além de levantar os
traços funcionais de Qualea Grandiflora
Mart. (Vochysiaceae) também no
assentamento. Bem, foram dois anos muito intensos de pesquisa, ao mesmo tempo
de estar participando das disciplinas presenciais desde o segundo semestre do
primeiro ano, iniciei a pesquisa de campo concomitantemente, pois se tratava de duas comunidades, e se deixasse para depois a tabulação dos dados tomaria um grande tempo...
2)
Como é a rotina do mestrado/doutorado
pra você?
Bem, participei do Mestrado em Ambiente e Sociedade
PPGAS, na UEG campus Morrinhos
durante os anos de 2016 a 2018, entrei no segundo semestre de 2016 e finalizei
no segundo semestre de 2018. A minha rotina era bastante “puxada”, pois além do
mestrado tive que manter minha rotina no outro “trabalho”, pois não consegui
licença integral para o mestrado, apenas era autorizada a assistir as aulas
presenciais (tinha que levar declaração) e se possível repor aquelas horas, eu
estava em estágio probatório do concurso da prefeitura do município de
Piracanjuba, então tive que conciliar os dois, mas como sempre foi um sonho
participar do mestrado, todo esforço era gratificante. Então minha rotina era
estudar bastante a noite e nos finais de semana, sem exceção.
3) Além
de assistir aulas, o que você faz?
Bem,
além de assistir as aulas presenciais, ler bastante, escrever bastante e manter
a rotina no outro trabalho, eu tinha que cuidar de casa, dos meus animais de
estimação entre tantos outros afazeres.
4) O
que significa ter uma bolsa pra você?
Eu não
tive bolsa durante o mestrado, além de não ter ficando nos primeiros colocados
na seleção eu tinha o outro trabalho, então apenas podia concorrer com um tipo
de bolsa, e como estava concorrendo com alunos que já haviam publicado
trabalhos, na pontuação da análise de currículo não fiquei nos primeiros
colocados e só quando eu estava defendendo a dissertação eu seria a próxima
rsrs. Foi um grande desafio, o financeiro, mesmo recebendo no trabalho da
prefeitura e o mestrado sendo em uma instituição pública, são muito os gastos
(investimentos) durante, como cópias de leituras, alimentação, deslocamento.. Além
de gastar com eventos para publicar as pesquisas. Só um ano após eu finalizar o
mestrado que eu consegui me organizar financeiramente, mas sempre eu me
lembrava que não eram gastos e sim investimentos.
5) Para
ou por que que você escolheu fazer mestrado/doutorado?
Bem, além de
ser um sonho desde a faculdade, pretendo ser professora universitária e para
isso quanto mais me qualificar melhor será, tanto para passar em um concurso
quanto para meu desenvolvimento profissional e pessoal. Então o doutorado está
nos meus planos.
6) Existe
muita pressão?
Sim,
existe muita pressão, além de várias outras coisas, como preconceito de colegas
e professores. Sou uma pessoa muito vaidosa, e isto nunca me atrapalhou nos
meus estudos, mais sempre gerou preconceito: “Ah mulher vaidosa, arrumada,
bonita é burra”, pelo contrário mulher pode ser o que ela quiser. Quando fui
participar da seleção uma colega que virou amiga, me disse que pensou que eu
não iria passar, que eu patricinha, loira, toda arrumada... não fiquei
chateada, mais fiquei ainda mais feliz por poder mostrar o contrário. Quando
fui buscar meu diploma de mestrado, o coordenador do programa simplesmente
disse que não imaginava que eu chegaria até o final, pois eu disse que não só
cheguei como não fiquei devendo disciplina nenhuma pelo contrário fui conceito
A, e também dentro do prazo do programa. “Desabafo”
7) O
que mais te chateia no mestrado/doutorado?
O que mais me chateou foi justamente o preconceito que relatei. E ainda
nós como pesquisadores não sermos valorizados na sociedade como deveríamos.
8) Em
que sua pesquisa é útil para a sociedade?
A pesquisa com comunidades rurais (principalmente as da reforma agrária)
e tradicionais são de extrema importância para a sociedade e para o meio ambiente,
pois estas comunidades em sua maioria são atores na preservação e conservação
ambiental, além de serem culturalmente diversos. São comunidades que em muitos
casos estão à margem da sociedade e precisam de apoio dos pesquisadores,
organizações e também governantes para que possam viver dignamente diante dos
seus direitos. As plantas medicinais são conhecidas através do conhecimento
popular adquirido por estas comunidades e este conhecimento deve ser exaltado.
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