Série: O que é ser um pesquisador? - João Pedro Elias Gondim

João Pedro Elias Gondim: Doutorando em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras e Estagiário no Laboratório de Microbiologia Ambiental da Embrapa Meio Ambiente. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitopatologia, subárea Nematologia, com pesquisas desde 2013, abordando os seguintes temas: nematoides-das-galhas, Meloidogyne spp., hortaliças, levantamento, identificação e medidas de controle. Mestre em Olericultura pelo  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Morrinhos, Bacharel em Agronomia pelo IFGoiano- Morrinhos, Curso de Técnico em Agronegócio pelo Senar-GO.



1)    Do que se trata sua pesquisa: 
Minha pesquisa trata-se do manejo do complexo de doenças causadas por fungos e nematoides na cultura do tomateiro através do uso do controle biológico.

2)    Como é a rotina do mestrado/doutorado pra você?
 A rotina é trabalhosa: morar fora, ficar longe da família, viver sozinho, pegar coletivo e cumprir horário de segunda a sexta-feira de 8 horas/dia. Frequentemente, nos finais de semana também é preciso de tempo para cuidar dos experimentos.

3)   Além de assistir aulas, o que você faz? 
Eu estagio em uma estação da pesquisa da Embrapa (Meio Ambiente), dedico-me no inglês, leio livros e artigos relacionados ao tema do projeto de pesquisa, estudo e treino metodologias, monto experimentos em laboratório e campo, dentre outras coisas.

4)    O que significa ter uma bolsa pra você? 
A bolsa de estudo significa, apesar de desvalorizada, ter dinheiro para se sustentar não penas para pagar moradia e alimentação, mas para comprar livros, itens para os experimentos, pagar inscrições em palestras, minicursos e congressos da área de estudo, além de hospedagem, passagens, dentre outras coisas.

5)    Para ou por que que você escolheu fazer mestrado/doutorado? 
Escolhi fazer tanto o mestrado e agora o doutorado para aprender mais sobre a área de atuação que pretendo trabalhar e colaborar com a produção científica. Também, para melhor qualificar-me frente ao exigido mercado de trabalho, onde há demanda por profissionais nas estações de pesquisa das empresas que tenham no mínimo um mestrado para se enquadrarem no processo seletivo.

6)    Existe muita pressão? 
Existe pressão na coordenação do curso para buscar melhores avaliações frente à CAPES e pressão do orientador para cumprir fielmente o estabelecido no projeto de pesquisa, tanto na qualidade da execução como no tempo do curso. Também há a própria pressão interna por melhores resultados.

7)    O que mais te chateia no mestrado/doutorado? 
O que mais me chateia é saber que o trabalho científico diário, muitas vezes não conhecido pela população, é mal incentivado por órgãos públicos.

8)    Em que sua pesquisa é útil para a sociedade? 
A utilidade da minha pesquisa para a sociedade é de buscar dentro do controle biológico medidas no manejo de doenças na cultura do tomateiro, uma hortaliça muito suscetível a pragas e doenças. Em cultivo convencional, grande parte dos defensivos agrícolas utilizados no manejo é de produtos químicos. Apesar de sua eficiência e importância, na agricultura do terceiro milênio a adoção do manejo integrado de doenças (utilização combinada de várias medidas de controle) é crucial para uma agricultura sustentável.




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