Eu estava cursando uma disciplina do doutorado esse semestre, e um professor colocou esse livro na sua lista de indicação de leituras, o autor é um indígena, professor, ativista e muito sagaz Ailton Krenak. Trata-se de um livro muito pequeno e acessível, que me chamou a atenção pelo título (sim, títulos e capas me atraem), quando eu li, fiquei pensando comigo mesma: "puxa vida, o que um livro com um título tão bacana pode estar fazendo em uma lista absolutamente chata de leituras?", então comecei a ler e terminei a leitura no mesmo dia, impressionada como alguém pode ser tão bom para comunicar assuntos tão sérios de uma forma tão agradável de se acessar.
O livro na verdade é fruto de uma fala de Krenak, que segundo ele, quando foi convidado para fazer uma palestra na UNB, não sabia que nome dar, e brincou colocando "Ideias para adiar o fim do mundo", por consequência, o auditório que ministraria a fala ficou completamente cheio, porque muita gente (assim como eu) se interessou por saber qual fim do mundo seria esse, e como fazer para adiá-lo.
Krenak propõe situações problema ao longo do livro, tais como a maneira que os humanos desenvolveram de lidar com a natureza, e como isso se tornou um latente e gigantesco anunciado "fim do mundo". Segundo ele, não é possível fugir disso, no entanto, não dá para sentar e cruzar os braços diante da eminente catástrofe ambiental que provocamos ao longo dos anos, dá pra fazer alguma coisa; na verdade, é preciso fazer alguma coisa!! E essa mudança não virá de cima pra baixo, nem de fora pra dentro, mas como todas as verdadeiras e consistentes mudanças, ela precisa acontecer de dentro para fora. De dentro dos indivíduos para a coletividade, de dentro das cidades para os estados, dos estados para o país e assim por conseguinte. As pessoas precisam aprender que são parte do problema, que o meio ambiente e por assim dizer, "o mundo" não está com os dias contados por ações desconexas ao longo da história, mas por uma sequência de atos e pior, de pensamentos coloniais, dominadores e pior exploradores. E a parte mais feia de olhar para o fim do mundo, é compreender que somos também causa dele. Somos aqueles que não se identificam com a natureza, mas pensamos ser seres autônomos que não dependemos dela e nem um dos outros. Esse é o fim do mundo. O fim do mundo é o humano como fim em si mesmo. O fim do mundo é a exclusão do outro, que é semelhante, diga-se de passagem; que é parte de mim e de você que lê esse texto. O fim do mundo é perder a capacidade de percepção do meio e se perceber como parte. O fim do mundo é pensar que o problema do indígena é só do indígena e não me afeta. O fim do mundo é pensar que o problema dos pobres não me afeta. O fim do mundo é pensar que as manchas de petróleo nas águas é só uma questão de mídia. O fim do mundo é deixar de ser humano para se tornar um produtor, um consumidor; qualquer coisa, menos ser humano que coexiste com a natureza, que é também natural, que é criação, e não criador.
Enfim, indico (com certeza) a leitura e espero que seja muito proveitosa, como foi para mim.
Abraços literários,
Denise.
O livro na verdade é fruto de uma fala de Krenak, que segundo ele, quando foi convidado para fazer uma palestra na UNB, não sabia que nome dar, e brincou colocando "Ideias para adiar o fim do mundo", por consequência, o auditório que ministraria a fala ficou completamente cheio, porque muita gente (assim como eu) se interessou por saber qual fim do mundo seria esse, e como fazer para adiá-lo.
Krenak propõe situações problema ao longo do livro, tais como a maneira que os humanos desenvolveram de lidar com a natureza, e como isso se tornou um latente e gigantesco anunciado "fim do mundo". Segundo ele, não é possível fugir disso, no entanto, não dá para sentar e cruzar os braços diante da eminente catástrofe ambiental que provocamos ao longo dos anos, dá pra fazer alguma coisa; na verdade, é preciso fazer alguma coisa!! E essa mudança não virá de cima pra baixo, nem de fora pra dentro, mas como todas as verdadeiras e consistentes mudanças, ela precisa acontecer de dentro para fora. De dentro dos indivíduos para a coletividade, de dentro das cidades para os estados, dos estados para o país e assim por conseguinte. As pessoas precisam aprender que são parte do problema, que o meio ambiente e por assim dizer, "o mundo" não está com os dias contados por ações desconexas ao longo da história, mas por uma sequência de atos e pior, de pensamentos coloniais, dominadores e pior exploradores. E a parte mais feia de olhar para o fim do mundo, é compreender que somos também causa dele. Somos aqueles que não se identificam com a natureza, mas pensamos ser seres autônomos que não dependemos dela e nem um dos outros. Esse é o fim do mundo. O fim do mundo é o humano como fim em si mesmo. O fim do mundo é a exclusão do outro, que é semelhante, diga-se de passagem; que é parte de mim e de você que lê esse texto. O fim do mundo é perder a capacidade de percepção do meio e se perceber como parte. O fim do mundo é pensar que o problema do indígena é só do indígena e não me afeta. O fim do mundo é pensar que o problema dos pobres não me afeta. O fim do mundo é pensar que as manchas de petróleo nas águas é só uma questão de mídia. O fim do mundo é deixar de ser humano para se tornar um produtor, um consumidor; qualquer coisa, menos ser humano que coexiste com a natureza, que é também natural, que é criação, e não criador.
Enfim, indico (com certeza) a leitura e espero que seja muito proveitosa, como foi para mim.
Abraços literários,
Denise.
As vezes tenho a impressão que o ser humano quer se sentir como a natureza ,perfeita ,soberana, simples e magnífica ! E por mais que ele
ResponderExcluira menospreze sempre cairá na redundância de sua absoluta perfeição , então se sente tão pequeno que em vez de reverência-lá a destrói pois a natureza compara-se a nossa genetriz , mesmo que seu filho a despreze ela sempre o alimenta-rá.
E quando ela se for que por acaso não é uma incerteza! Será tarde pois não terá nem mesmo uma consciência que possa confortar-lo.
Thiago.
verdade Thiago!!
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