Esse foi o livro 3 do desafio literário do blog.
Foi o primeiro livro do Karnal que li e achei excelente! Eu já conhecia o trabalho dele como historiador e já assisti algumas palestras e entrevistas com ele. O livro aborda o problema do ódio na nossa sociedade, de uma forma fácil de ler, contudo não rasa. O autor traz embasamentos históricos, filosóficos, religiosos e até psicanalíticos para explicar de onde vem essa necessidade de "odiar" e gerar o ódio. Uma das coisas que achei muito pertinente é o modo que o autor consegue ser neutro no sentido ideológico, na verdade, ele mesmo critica essa mania contemporânea de buscar perceber traços de ideologia em tudo o que se consome (seja literatura, música, etc). O livro é bem pequeno, tem 142 páginas, portanto a leitura é bem rápida e fluída. Eu indico esse livro a todos os brasileiros, sim, de verdade, acho que todo mundo deveria ler esse livro para parar de ser tão manipulável por pensamentos de outrem. O livro traz críticas a alienação histórica, cultural; aborda o acesso excessivo das mídias sociais e o quanto isso é prejudicial para as discussões que se seguem, baseadas unicamente em fatos vindos dessas mídias. Em suma, fala do quanto somos seres carentes de amor, de amar e de compreensão do que fazemos, por que fazemos e como fazemos; essa ausência da reflexão crítica gera um certo abandono de si mesmo, abrindo um espaço enorme para um "dominador", que pode ser desde alguém da igreja, até mesmo um perfil anônimo do facebook. Não há lugar seguro quando se trata da disputa pelo domínio do outro, todo lugar é um campo minado de gente tentando implantar suas ideias, preconceitos e ódios em você. A única forma de reconhecer essa atuação e saber não ceder ao ódio dos outros, é pensando, e para pensar é preciso ler, conhecer, sair da zona de conforto e lutar todos os dias contra essa corrente nociva da polarização e consequente, desumanização.
Indico pra todo mundo esse livro, acho que é uma ótima opção pra presente ( deem livros de presente). E especialmente para meus amigos professores, vocês precisam ler esse livro, vai ajudar muito nessa lida com pessoas em formação ( especialmente, em formação - porque intimamente acredito que enquanto vivo estiver um humano, está em constante formação.)
"O problema da polarização é que ela não pensa. A polarização adjetiva. No momento que eu digo que você é petralha ou coxinha, deixo de pensá-lo como um ser humano dialético, contraditório, orgânico, em evolução, e paro de discutir as suas ideias e apenas o rotulo. A polarização é burra. Mas ela vem acompanhada de uma coisa ainda pior, que é a vontade de eliminar o oponente. Ou seja, nem lhe escuto. Nem quero saber o que você tem a dizer." (KARNAL, 2017, p.120)
Referência: KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Leya, 2017.
Foi o primeiro livro do Karnal que li e achei excelente! Eu já conhecia o trabalho dele como historiador e já assisti algumas palestras e entrevistas com ele. O livro aborda o problema do ódio na nossa sociedade, de uma forma fácil de ler, contudo não rasa. O autor traz embasamentos históricos, filosóficos, religiosos e até psicanalíticos para explicar de onde vem essa necessidade de "odiar" e gerar o ódio. Uma das coisas que achei muito pertinente é o modo que o autor consegue ser neutro no sentido ideológico, na verdade, ele mesmo critica essa mania contemporânea de buscar perceber traços de ideologia em tudo o que se consome (seja literatura, música, etc). O livro é bem pequeno, tem 142 páginas, portanto a leitura é bem rápida e fluída. Eu indico esse livro a todos os brasileiros, sim, de verdade, acho que todo mundo deveria ler esse livro para parar de ser tão manipulável por pensamentos de outrem. O livro traz críticas a alienação histórica, cultural; aborda o acesso excessivo das mídias sociais e o quanto isso é prejudicial para as discussões que se seguem, baseadas unicamente em fatos vindos dessas mídias. Em suma, fala do quanto somos seres carentes de amor, de amar e de compreensão do que fazemos, por que fazemos e como fazemos; essa ausência da reflexão crítica gera um certo abandono de si mesmo, abrindo um espaço enorme para um "dominador", que pode ser desde alguém da igreja, até mesmo um perfil anônimo do facebook. Não há lugar seguro quando se trata da disputa pelo domínio do outro, todo lugar é um campo minado de gente tentando implantar suas ideias, preconceitos e ódios em você. A única forma de reconhecer essa atuação e saber não ceder ao ódio dos outros, é pensando, e para pensar é preciso ler, conhecer, sair da zona de conforto e lutar todos os dias contra essa corrente nociva da polarização e consequente, desumanização.
Indico pra todo mundo esse livro, acho que é uma ótima opção pra presente ( deem livros de presente). E especialmente para meus amigos professores, vocês precisam ler esse livro, vai ajudar muito nessa lida com pessoas em formação ( especialmente, em formação - porque intimamente acredito que enquanto vivo estiver um humano, está em constante formação.)
"O problema da polarização é que ela não pensa. A polarização adjetiva. No momento que eu digo que você é petralha ou coxinha, deixo de pensá-lo como um ser humano dialético, contraditório, orgânico, em evolução, e paro de discutir as suas ideias e apenas o rotulo. A polarização é burra. Mas ela vem acompanhada de uma coisa ainda pior, que é a vontade de eliminar o oponente. Ou seja, nem lhe escuto. Nem quero saber o que você tem a dizer." (KARNAL, 2017, p.120)
"Não acredito, portanto, em candidatos que encarnem a redenção nacional. Não acredito em messias, nem salvadores da pátria. Não acredito em seres impolutos. Não acredito porque o problema não é a ética da Presidência da República, ainda que ela tenha influência. (...) Ter um presidente ou uma presidente ético é um grande passo. O outro passo é uma transformação via educação, exemplo público, aumento do consenso e da coerção sobre a formação ética de todos nós: alunos, professores, pais e cidadãos." (KARNAL, 2017, p. 132)
Referência: KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Leya, 2017.
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