Esse é um texto para você que está aí escolhendo seu curso. Se você acompanhar uns textos mais antigos do blog perceberá que é uma indignação antiga que carrego comigo sobre essa escolha que fiz, por isso me acho no direito de escrever algo assim hoje.
Bem, eu cursei Direito. Por que entrei nesse curso? Porque minha família achava que era bom, eu fui na onda. O que eu gostaria de ter feito? Jornalismo, Literatura, Sociologia ou Filosofia, mas não era bom o suficiente para alguns dos meus parentes, que pensavam que curso bom mesmo, era Medicina, Direito ou alguma Engenharia da vida, bem meus queridos, eu fiz.
O curso é tão ruim? Não é esse o caso, não era o meu curso. Não tinha paixão, nunca tive encanto com ele. Foi uma tortura assistir aquelas aulas, conviver com os alunos de Direito que falavam de que? De Direito é claro. Eu odiava cada segundo disso tudo. Meu refúgio foram algumas matérias introdutórias que geralmente ninguém gostava, que incluíam filosofia, sociologia e antropologia, posteriormente descobri a pesquisa em História dos Sistemas Jurídicos e aí melhorou mais, mas é conversa pra outro texto. O fato que quero mostrar aqui, é que não vale a pena sofrer fazendo algo que não te causa paixão. Na minha turma, tinham várias pessoas que estavam ali por estar, não sabiam o motivo além do "status" de fazer Direito. Eu não usei meu desgosto como justificativa para fazer um curso mal feito, eu conclui com boas notas e passei na OAB antes de concluir o curso, o que não mudou o fato de não gostar. É possível você sobreviver ao que não gosta, essa é a vida, mas não precisa ser assim. Você pode ter prazer no que faz, sonhar com aquilo, amar ouvir sobre o assunto. Não me pergunte de Direito, não me fale sobre as vantagens da advocacia, eu não suporto, tenho antipatia, sei fingir? Sim, esse é o mercado do Direito, a atuação! Conheci e convivi com advogados, muitos que respeito, outros nem tanto, a regra geral é: atue! Finja se importar, finja, finja, finja! Como tudo é uma questão de perspectiva, talvez a minha esteja danificada por todos esses anos respirando essa fumaça tóxica das leis não cumpridas desse país, talvez seja o seu curso, talvez você possa amar o Direito. Contudo não aconteceu isso comigo, me arrependo tanto de não ter me imposto e ter lutado pelo o que eu acreditava. Hoje ainda há tempo de buscar meus objetivos, e tenho tentando fazer isso, mas algumas coisas que vivi não podem mais ser alteradas, por isso te escrevo a fim de que não entre nessa cilada familiar de fazer o que não quer ou não gosta. Faça o que você ama. Seja feliz trabalhando, o mundo precisa disso, não de gente que cursa algo por dinheiro apenas. Sua família vai entender, você não pode ser refém dos sonhos dos outros, não aceite essa posição, por você, por seu futuro, por sua saúde mental, não entre nessa onda de fazer algo porque alguém acha que é melhor pra você, acredite, não funciona! Eu estou aqui, juntando os pedaços do que eu sou para fazer o que amo, pode ser que me arrependa depois, mas é a minha escolha! Pagarei o preço com o maior prazer. Diferente do que faço com minha atual profissão, é um morrer diário. Uma labuta danada, para ser quem escolheram pra eu ser. Nem sempre os seus sonhos vão dar certo, mas o que resta é tentar e ser feliz durante o caminho, não apenas enquanto espera a chegada, porque a chegada pode ser mais infeliz do que o caminho. Enfim, fica a dica queridos, não se deixa levar. Quem é você? O que você gosta? Procure em você as respostas que são para você. Feche-se para balanço por um tempo, vale a pena.
Fabuloso o texto Denise..curtii muitoo e isso vale pra muitas areas da vida...nao so um curso...mais pra vida pessoal...sonhos...gostos..
ResponderExcluirSonhar e Lutar pelo que queremos...nao pelo que querem por nos ����
Oi, Denise! Aqui é o César, lembra de mim?
ResponderExcluirEntão, parece que foi ontem que entramos na faculdade na mesma época (Eu cursando Sistemas de Informação e você Direito)
Lembro que chegamos a comentar que não eram os cursos dos nossos sonhos e o quanto estava sendo difícil aquele começo... Pois bem, eu também me formei (com uma excelente média) mas fui profundamente infeliz na minha decisão de levar aquele erro até o fim, lembro de muitas vezes não aguentar assistir certas aulas até o fim e procurar algum lugar vazio para chorar, sei que é muito difícil resistir a influência da família e de outras circunstâncias, mas poxa, nós vivemos trabalhando, se não trabalharmos com o que gostamos, o que será das nossas vidas?
Meu conselho pra quem está escolhendo o seu curso é: Seja firme! Seja racional, mas também seja emocional e faça o que você acredita que vai LHE fazer feliz... porque no final somos nós com nós mesmos, e não existe satisfação familiar nenhuma que recompense a nossa frustração e infelicidade.
Enfim, se eu fosse falar tudo que penso sobre esse assunto eu escreveria um texto aqui hahahha
Mas eu queria desejar sucesso a você na sua nova jornada e dizer que eu também vou lutar pelos meus sonhos e espero que daqui uns anos nós possamos nos falar e comentar como estamos felizes com as escolhas que fizemos.
Grande beijo!
César!!! quanta saudade meu caro!!
Excluirprocurei um modo de responder esse comentário no seu blog, ou mesmo no seu email, mas não consegui, então espero muito que leia esse comentário mesmo sendo a resposta aqui no blog! e caso você leia, me envia uma mensagem no meu email denisedias92@gmail porque tem taaaanta coisa que gostaria de conversar com você!!
enfim, eu me lembro de quando começamos essa fase na facul e entendo perfeitamente o que é chorar em um lugar vazio, esperando que as lágrimas lavem mais do que o rosto, mas a angústia de estar ali em um lugar que não é seu... graças a Deus que passou e as coisas se renovam...
que Deus abençoe muito sua vida, saudades!
Grande beijo!