Escrevo esse texto em protesto ao que tenho observado nos
últimos tempos. A igreja, lugar que deveria ser de acolhimento e tratamento de
almas, é geralmente lugar de exaltação de egos, onde muitos ( NÃO TODOS)
utilizam de microfones, cargos, ou qualquer tipo de oportunidade que recebem
para inflarem seus podres poderes.
Se um mendigo se converte e vai servir a Cristo, ele
certamente não pode servir a ceia no domingo a noite porque ele não tem um
terno, que o torna socialmente aceito. Não terá flashs sobre ele, não há
ninguém que o apadrinhe, ele não é o tipo de crente ideal que entende de
economia, política ou educação. Porque igreja é lugar de integração social, é
um clube, uma instituição que participa quem pode e não quem quer.
Se uma criança filha de uma prostituta resolve frequentar a
escola bíblica de férias, não terá o mesmo tratamento do filho do vereador que senta ao seu lado, não terá três
professoras fofas a paparicando e a dizendo o quanto é linda, ainda que cante
as canções e decore os versículos, ela é invisível.
O que é uma igreja? Deveria ser um corpo, onde as pessoas
trabalhariam juntas a fim de proclamar o reino de Deus. No entanto, o que
há é uma rede de pessoas que se julgam espirituais demais, intocáveis, que
se acham melhores do que os outros, e por isso menosprezam, humilham e degradam
a condição humana dos demais em nome de um deus que eu não conheço, porque o
Deus da bíblia não é assim, ele não age assim, ao inverso disso ele ia até as
minorias, ele amava, comia com elas, e ainda cuidava delas, não privilegiava
aqueles que aparentemente tem algo a mais para ser oferecido.
Esse tipo de assunto é sensível pra mim que nasci em uma
igreja evangélica, que cresci rodeada de pastores e pessoas cristãs, mas é um
fato que me incomoda, que me violenta, ver esse tipo de comportamento ridículo
em nome de deus é tão nojento e absurdo.
Em nome de deus pessoas são exploradas, expostas e
humilhadas dentro das igrejas. A igreja fala de um respeito que não é capaz de
oferecer. De um amor que não passa de cestas básicas entregues a quem precisa. Será
que cuidar das almas é só isso?
É cobrar presença nos seus cultos lotados de gente? Sem saber o motivo porque
seus fieis não estão indo?
É forjar uma alegria perfeita quando as rodinhas de “amigos”
se reúnem para comer e falar mal dos outros que não puderam estar ali, ah, e
claro isso acontece após os cultos, os lindos cultos onde todos cantaram,
choraram e oraram.
Isso é igreja?
É criticar os homossexuais e fazer piadinhas depreciativas
sobre isso? É apontar seu belo dedo na cara da menina do louvor que engravidou
antes de casar?
Ah, isso deve ser igreja pra você. Mas pra mim, isso é uma
vergonha!
Guerra de egos num palco cruel, que exclui quem não faz
parte do padrão aceitável socialmente, é o conceito neoliberal impregnado em
tudo. Só se é aceito pelo que você produz, o utilitarismo reduzindo o ser
humano ao ser produtor, ao lucro, a aparência, a futilidade.
Igreja não é lugar de pobre, nem de ninguém que é diferente,
igreja é lugar de pessoas perfeitas, que subiram num grau de superioridade que
justifica tanta babaquice que me dá nojo e vergonha de fazer parte de uma.
Mas como foi dito no início, não são todos, mas infelizmente
uma grande parte das pessoas que estão na frente, usam da instituição como
promotor social, e são a esses belos seres que dedico esse desabafo e um grande beijo, seus hipócritas.
Dica de som: Podres poderes
Dica de som: Podres poderes
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