Enquanto observava o comportamento de
um grupo de meninos que estava do meu lado hoje de manhã,deparei-me com um
menino que olhava para o nada,tão absorto naquela contemplação que me
atraiu toda a atenção.
Vez ou outra bebericava o que segurava
nas mãos sem nem sentir o gosto daquilo que lhe descia boca abaixo;tão
lindo,tão distante,tão desejável por aquele instante...Então em homenagem aquele
meu momento de intromissão onde não fui admitida por questões dimensionais,faço
aqui menção ao pensamento que me vagava a mente enquanto observava o que já contei.(Meu
objeto de observação nada tinha a ver com Geraldo Viramundo do livro O grande
mentecapto de Fernando Sabino,mas inexplicavelmente foi um trecho desse livro,especialmente um trecho da juventude do
Viramundo que me cegava a mente.)
‘Estava por assim dizer,
num instante de transição em que a
existência parece pairar em suspenso entre dois vazios ou entre dois mistérios
que se completam;
atingira aos dezoito anos aquele
momento de não ter mais o passado como companheiro nem de reconhecer suas
visões,que o escritor Mario de Andrade atingiu aos cinquenta.
Esse momento, que é exatamente daqueles
capazes de decidir um destino, talvez tenha sido toda a sua vida dentro do seminário,
talvez tenha sido o exato minuto em que decidiu abrir mão das distrações do
pátio em favor da meditação na capela - coisa que nunca lhe ocorrera antes. ’
(Fernando Sabino in O grande
mentecapto,Ed.Record,23ªed,pág.36.)
sempre me pego admirando o vazio.
ResponderExcluirolhando para o horizonte é como contempla uma divindade
Seu texto serviu de inspiração ao meu novo post, pois o seu me lembro de imediato o meu amor... Pode se considerar parte de mim, pois suas palavras me transportaram para dentro de mim mesma, outra vez.
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