Ode à Paz Pela verdade, pelo
riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de
uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos atos
de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela
música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos
regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul
do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os
campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exatidão das rosas, pela
Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos
olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são
verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas
coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves
outonos,
Pela futura manhã dos grandes
transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas
da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem
nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a
torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te
invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a
indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as
bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e
do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!
Natália Correia, in
"Inéditos (1985/1990)"
Comentários
Postar um comentário
Saber o que acha é um prazer,obrigada por sua opinião!