O velho

Estava sentado na calçada de um comércio,vestido de forma simples.Uma barba mal cuidada,rugas por todo o rosto,uma pele judiada pelo sol,e os olhos,aqueles olhos,tinham um enigma.
Vivemos em um mundo,um enorme lugar e ao mesmo tempo tão pequeno.Cada pessoa é um mistério,afundei-me em meus pensamentos,que levaram a rever pessoas que não existem mais dentro de mim,a ouvir vozes que a tempos não ouvia; e absorvida nesse estado de transe que  não dura mais que um instante,vi o velho.Como dizer que,não pude falar com ele,não pude tocar nele,eu apenas o vi.
Pergunto – me,se aquele velho será uma jóia? Se,estaria esperando alguém? Qual seria a sua dor? E sua alegria? Sei que tinha histórias pra contar,talvez ninguém para ouvir.Não senti pena do velho,senti vontade de abraça-lo,beijá-lo;explorar seu mundo e oferecer o meu.
Nunca mais o vi,se um dia o ver,diga a ele que lamento não ter acenado aquele dia,mas que vontade não faltou.

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