Estrelas e o céu

O texto não é sobre estrelas e o céu, poderia ser, seria mais bonito se fosse, mais poético e brilhante, mas é sobre uma coisa opaca e insonsa, quase adormecida  e sem utilidade aparente, como... um último pino do boliche que permanece ali parado, esperando que a bola o acerte em cheio. Não faz muito sentido racionalizar algumas coisas, veja bem, já se foram todos os pinos do boliche, mas o último se derrubado solitariamente, é tão emocionante, ele arranca uns gritos lá do fundo da garganta e gestos eufóricos de alegria. Por que boliche agora? Eu não sei, estava pensando em coisas paradas e lembrei do último pino. Acho que eu sou um último pino do boliche em grande parte do tempo, aqui parada esperando a vida me arremessar e pronto. Mas em outras vezes eu sou uma borboleta que paira bem devagar sob os girassóis e consegue transformar aquele mísero instante em eternidade. Também sou estrela que brilha, mas já morreu faz tempo. Sou tanta coisa e tão pouco ao mesmo tempo. O infinito é cada pessoa. Já pensou nisso? Não faz nenhuma diferença se pensou ou não. Na verdade o texto não é sobre estrelas ou sobre o céu porque faz tanto tempo que não olho pra eles, esses dias me perguntei se quando eu for lá fora ainda existirá um céu e estrelas, será que sim? Algumas coisas que colocamos como essenciais na nossa vida, acabam por ser uma espécie de trepadeira, daquelas que nos livros de biologia aparecem sugando a vida das flores. Eu não sei o nome dessas plantas, eu sei que elas parecem poder coexistir numa boa com o que já estava ali, mas no final das contas elas sugam as outras, até que elas percam totalmente sus forças. Alguns sonhos meus ultimamente tem sido essas plantas, não dá pra arrancar, eu não sei o que fazer com eles na verdade. Talvez colocar menos adubo, ou fortalecer a planta que estava antes, é, talvez seja uma boa alternativa. O que eu sei é que eles tem crescido e se fortalecido ao ponto de ameaçarem com as mãos no pescoço minhas outras plantas, e  a pior parte é que essas plantas descontroladas, sempre ameaçam a vida das minhas flores, as mais sensíveis porque elas se rendem fácil. Essas flores mais sensíveis, houve um tempo em que não achava que fossem importantes, mas com o passar do tempo, percebi que são elas que alegram meus dias, com seus detalhes e perfume. Faz tempo que não as visito. Enfim, a gente nunca sabe o que uma semente pode se tornar quando ela cai no chão, mas logo ela se revela e cabe a nós, só a nós, decidir se ela fica ou não no nosso jardim particular... Talvez, seja tempo de voltar lá fora e conferir se ainda há um céu com estrelas pra mim.

* Uma canção para te abraçar por mim ( é só clicar no nome que ela vai tocar): Café com Pão - Maglore

Comentários

  1. Olá minha cara amiga.
    Um texto forte, reflexivo, mas ainda assim, forte. Somos bem iguais um trecho que descreveu "Sou tanta coisa e tão pouco ao mesmo tempo" Sim, somos ambos então. Porque é bem dessa forma que me sinto.
    Não cabe a mim dar conselhos se eu mesmo carrego tantos anseios no peito, mas sim, existe um céu lá fora e ele espera por ti. Um trecho de uma canção que u gosto muito costuma dizer que "Céu azul é o telhado do mundo inteiro, sonho é uma coisa que eu guardo dentro do meu travesseiro" Então apenas acredite. Numa bela manhã de sol, num dia sem nuvem, você só vê a imensidão azul do céu. Mas as estrelas estão lá. Não a vemos por motivos racionais (luz do sol e toda a questão científica que não me interessa) mas elas estão lá, eu apenas confio que elas estão lá.
    Ainda que em certo momentos a gente se sinta como aquele último pino do boliche a ser derrubado, o céu continua ali, firme e esperando pelo nosso olhar.
    E no meu céu, você é uma estrela que nunca vai se apagar.

    Gratidão por ser uma amiga querida!
    Abraços meus e obrigado pelo belo texto reflexivo e desculpe-me pela intromissão de opinar sem permissão!

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