Santa ou sexy - padrões e violência.

Estou lendo o livro "As santas quebradas, violência contra a mulher pela voz das vítimas" da autora Fernanda Ribeiro Queiroz de Oliveira, e necessito compartilhar as aulas brilhantes sobre o quanto a violência contra a mulher é cruel e presente em nossa sociedade.
A "coisificação" que invade o pensamento atual, que faz com que as mulheres sejam vistas como objetos de desejo e posse. Mulheres que se vendem, para comprarem para si objetos, para se incluírem em determinado grupo, não por apreço na maioria dos casos, mas para simples ostentação. Garotas que vendem seus corpos a fim de comprar a calça da marca x.  Realitys shows que colocam em vitrine corpos de mulheres deslumbrantes, a fim de conseguir fotos sensuais em revistas masculinas; primeiro se expõe o produto ao desejo de aquisição na tela da televisão, depois se vende as fotos do corpo com grande incidência de lucro. E essas são as mulheres mais desejadas, por homens e mulheres, os padrões apresentados e aceitos facilmente.
Mulheres como produtos que devem alcançar o selo de qualidade imposto por elas mesmas, o chicote foi entregue a quem era açoitado.
O negócio é estabelecido entre bens. O corpo é bem, é coisa. É matéria de aquisição. Por isso, homens que  batem, xingam, oprimem mulheres não são criminosos, são cidadãos de bem, são trabalhadores, honestos, só batem em mulher, na "sua" mulher.
Mulheres que desejam ser as  mocinhas das novelas que através do sofrimento alcançam a felicidade, que na maioria dos casos, vem recheada com o homem dos sonhos. Para o homem o final feliz é a carreira, o carro, a casa. Para a mulher, o casamento, os filhos, e em primeiro lugar a alegria de se sentir desejada pelo príncipe encantado.
Romper com o imaginário, explorar a figura que se impõe de "feminino", para se distanciar da imagem fraudulenta de mulher que tem-se adentrado no social. Padrões que violentam, que admitem a violência por não sê-la.
Tem que se romper com as formas de violência velada que tanto influem no comportamento social, gerando seres que pensam parecer coisas. Não mais mães, as mulheres devem se subjugar à fome, para se alcançar o corpo perfeito; à horas de academia e cirurgias plásticas; ou então, ser aquela que se submete à autoridade incondicionada do marido, a qualquer preço, sem levar em conta que a sua vida, não tem preço! Extremos extremamente prejudiciais, o imaginário e o ser cada vez mais longe do final feliz. 

Comentários

  1. Oi Denise

    Que bom reencontrá-la!

    Tão triste esta realidade.

    Beijos

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  2. Uma realidade cruel, Denise.
    Conheço várias mulheres que sofreram agressões e a maioria não reage. O que dizer ou o que fazer?
    Triste...

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