Déjà vu

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[Ficção]

Talvez tudo seja uma questão de perspectiva.(Talvez não.)

Eram completamente opostos;eu bem sei,
mas nem a enorme lacuna que existia entre um  e outro pode derrotar a atração que sentiam.
Ele era o tipo de garoto que qualquer garota deseja,com um corpo forte,alto,sempre bem vestido,perfumado,rico,divertido e muito galante.Enquanto ela,sempre esquiva, a primeira da turma,nunca estava nas festas ou reuniões que ele estava,participava assiduamente das programações da igreja,não era rica,nem possuía o tipo comum de beleza,fazia parte daqueles que visitam hospitais e asilos nos feriados,chorava ao ler romances e tocava órgão...
[Tudo (x nada) aconteceu na casa de um colega de aula:os dois se encontraram ocasionalmente na cozinha em uma visita ao amigo em comum e se beijaram.]
Sempre que estava em sua presença,ela sentia uma espécie de tremor que lhe sacudia o corpo,e sabia de alguma forma que sua mente não seria suficiente para controlar aquela estranha emoção que a inundava.(Sempre brigavam muito,pois eram os pólos divergentes existentes na sala de aula - ou em qualquer ambiente.)Ele sentia um ímpeto de tê-la,de lhe calar a boca sempre que começavam a discutir.Afinal quem ela pensava que era?! Todas as meninas rastejavam aos seus pés,e ela simplesmente o tratava de modo tão frio,como se ele fosse uma espécie de doença contagiosa...
Nesse dia,ficaram sozinhos na cozinha,e enquanto ela pegou um copo sem lhe dirigir a palavra,ele a observava com aquele tipo de sorriso devorador ( o que a irritava demasiadamente) ela lhe perguntou com petulância contida:o que tanto olha?Você. Foi a resposta curta que ela conseguiu digerir,enquanto ele caminhava até onde estava.Ela já não podia mais contra o tremor,que agora estava nitidamente em suas mãos e pernas.Ele já não lutava contra o desejo de lhe calar aquela linda boca.Acuada na parede como um cão prestes a apanhar,ela lhe implorava com uma voz tão fraca de desejo que a deixasse em paz,mas era inútil,seus olhos já haviam se cruzado e agora estavam ligados.Ainda tentando lutar contra o corpo grande e forte que a pressionava,foi que sentiu os lábios suaves nos seus;logo seus corpos se entrelaçaram por contra própria,como chave e fechadura,e seu beijo foi muito para quem podia carregar tão pouco dele...
Hoje,se passaram cinco longos anos.
Estão na faculdade,e a escola ficou bem longe de suas novas casas.
Ele teve tantas namoradas que nem se quisesse poderia contar,e ela tem levado seus estudos a sério e as obras de caridade.
Quando seus olhos ainda se cruzam,algo acontece dentro daqueles peitos.
E algum dia saberei  o que terá sido aquele encontro de mundos tão tão distantes,embora por pouco espaço de tempo,unificados dentro de um mesmo corpo .
Enfim,por que Sansão teve de amar Dalila?
Algum dia saberemos...(ou não)

Comentários

  1. Dúvidas, perspectivas... Ser ou não ser... Eis a questão!

    Muito bom estar aqui, viu! Prazer! Grata por sua visita!

    bj

    Catia

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  2. Olá Denise!

    Adorei o texto, nos faz pensar sobre coisas que não nos fazem sentido, e no meio dessas coisas, nos deparamos com o amor, que sem sombra de dúvidas, de todos os sentimentos, é o mais confuso e inesperado...

    Sobre o comentário em meu blog, fico feliz que tenha gostado de meu poema, e tem toda permissão para usá-lo quando quiser!

    Abraços!

    Canata

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  3. Olá Denise...
    É um misto de sensações, improbabilidades,
    desejos e acasos.
    É visível que os opostos se atraem, e o acaso
    as vezes é mais certo que o planejado.
    Quem sabe um dia, o tempo passe, o mundo gire e esses pólos se toquem novamente...
    Um abraço!

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  4. A-do-rei!
    Lindo,maravilhoso,romântico,mas nem sempre o final é feliz neah...mas talvez não seja o final,já pensou nisso?!
    rsrs
    Eu retiro o que disse,não adorei.
    Amei!
    Simplesmente lindo!
    Beijos e boa noite

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